Caso Paul Gibbs: Crime de mutilação a sangue-frio
Howdy little creatures!
Este post vem a propósito de um antigo post meu (dos primeiros deste blog, daí que não está assim tão coerente e bem escrito. No entanto não o altero pois é uma marca da minha evolução), pois reparei que inclui lá este caso mas nunca o desenvolvi. Decidi voltar a ele pois é um caso bastante grave, que nunca é demais relembrar. Baseei-me neste post para contar o caso como deve ser. Vamos lá então!
Paul Gibbs
Em 2009 um grupo, de aproximadamente 20 góticos, do qual Paul Gibbs (26 anos à data) fazia parte, reuniu-se para celebrar o aniversário de um deles. Estavam num parque a fazer um barbecue, a ouvir música e a conviver.
Três homens (à data, com idades entre os 18 e os 22 anos), Andrew Hall, Ryan Woodhead e Quinn Colley (que fora libertado sob fiança por um outro ataque), que já haviam anteriormente demonstrado um vigoroso ódio por góticos, emos e punks, encontrava-se perto do local quando o grupo de góticos chegou e começou a gritar-lhes palavras abusivas. Um deles, Andrew Hall, chegou a usar a sua scooter para os ameaçar, acelerando em direcção ao grupo, com os seus dois amigos à boleia.
O trio resolveu arquitectar um plano para agredir e roubar o grupo de góticos. Voltaram ao acampamento, fazendo-se de concorrentes ao prémio "Mister Simpatia 2009", pedindo desculpas pelo seu comportamento. O grupo foi simpático e acolheu os três homens, oferecendo-lhes uma cerveja e um lugar junto deles. Andrew Hall chegou a levar vários membros do grupo na sua scooter, para comprar tabaco e mais cervejas.
Depois de ganharem a confiança do grupo, o trio ofereceu-se para levar Paul Gibbs, o mais velho, para comprar mais cerveja. Após estarem longe da vista de toda a gente, Andrew Hall parou a scooter e os seus maravilhosos amigos agrediram Gibbs de forma selvática, até que este perdeu a consciência. Foi inclusive agredido com o capacete da scooter, o que lhe provocou danos cerebrais. Ficou em coma e só acordou no hospital, vários dias depois. No entanto, antes de a polícia encontrar Gibbs, um dos agressores CORTOU A SUA ORELHA com uma faca.
Depois de algum tempo sem que Paul Gibbs voltasse, alguns dos seus amigos sairam para o procurar. Andrew Hall ofereceu boleia a um deles. Repetiu-se novamente o acto de agressão brutal (orelhas à parte), juntando-se-lhe um acto de roubo. Entretanto Ryan Woodhead e Quinn Colley atacaram violentamente outros dois jovens pertencentes ao grupo que saiu para procurar Paul. Uma das vítimas foi agredida até ficar insconsciente, acordando no hospital vários dias depois. O segundo foi pontapeado na face, e pelo que percebi ficou com o nariz partido. Woodhead e Colley também assaltaram duas raparigas desse "grupo de buscas", antes de voltarem ao acampamento. Colley afirmou que o seu "chefe" (o que quer que seja que isso quer dizer) lhe tinha ordenado que assassinasse os jovens góticos.
O Rothwell Country Park em Leeds, onde ocorreu o ataque
O trio foi julgado. Os três admitiram ter planeado cometer o assalto. Andrew Hall admitiu ainda ofensas corporais graves. Ryan Woodhead e Quinn Colley admitiram ofensas corporais graves intencionais (ou seja, com efectiva intenção de magoar seriamente), sendo que Colley também admitiu ofensas corporais graves (sim, existe os dois termos).
A orelha de Paul Gibbs não foi encontrada por, pelo menos, 17 horas, o que fez com que os cirurgiões não pudessem pura e simplesmente pô-la no lugar. Tiveram de cosê-la ao interior do estômago dele, na tentativa de a regenerar (mais aqui). No entanto, e infelizmente, tal não foi suficiente, e a orelha não teve salvação possivel. No entanto Gibbs sentia que, ao não ter a orelha, as pessoas o deixaram em paz e havia menos probabilidades de ser novamente atacado. Não consegui descobrir se Gibbs acabou por aceitar nova cirurgia (que consistia em usar a cartilagem das suas costelas para moldar uma nova orelha).
Existem várias imagens de Gibbs onde podemos ver como ficou o local onde falta a orelha (já tratado e cicatrizado) mas, por respeito a quem possa ser sensível, não incluí nenhuma. No entanto, quem quiser ver, pode encontrar uma aqui.
Este caso deixou-me bastante chocada quando o li. Quer dizer, muita gente tem tendência para dizer que góticos, emos, etc são estranhos, mentalmente perturbados e até perigosos. Mas não foram membros de subculturas (ok, o trio pertencia à cultura chav, que equivale aos nossos gunas. Em Inglaterra, chav é considerada uma subcultura. Mas quando me refiro aqui a subcultura, refiro-me a subculturas alternativas, como os punks e os emos) que atacaram um grupo de jovens, mutilando a orelha de um deles. Não foram membros de subculturas que deixaram duas pessoas inconscientes, sendo que inclusive agrediram uma delas com o capacete da scooter. E definitivamente não foram membros de subculturas que perpetraram um crime a sangue-frio, com toda a consciência que isso necessita.
Posto isto, não há muito mais que possa dizer. Fica no ar.
Bat Kisses
Oriana Bats