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Bats on the East Tower

Criei este blog com posts com um tema em comum: estilo alternativo. Se tiverem alguma sugestão/pedido, não hesitem em deixar um comentário. Blog escrito no antigo acordo.

Bats on the East Tower

Criei este blog com posts com um tema em comum: estilo alternativo. Se tiverem alguma sugestão/pedido, não hesitem em deixar um comentário. Blog escrito no antigo acordo.

Entrevista de emprego - Andreia

Howdy little creatures!

Vamos a novo post! Desta vez trago-vos um novo "Aconteceu Comigo". Já faz algum tempo que não trago relatos/notícias, apesar de ter bastantes ainda para postar. Estes são dos posts mais trabalhosos do blog e infelizmente não tenho tido muito tempo.

No entanto este caso este caso tinha de ser postado. Não apenas porque aconteceu com um membro da minha família (hello priminha, se estás a ler isto!), mas também para que possam ver o estado em que ainda se encontra Portugal, em relação a este tipo de preconceito. Já que tive autorização da minha prima para partilhar a sua história, aqui está! Mas comecemos do início...

Andava eu muito bem da vida a passar algum tempo no Instagram, quando vejo um post da minha prima nos stories, que rezava assim "Quando tens de abdicar de todos os teus piercings, brincos, anéis e colares se queres ter trabalho". A esse post seguiam-se outros, sempre na mesma temática, inclusive um que dizia "Será que sou a única pessoa que está cansada de ser rejeitada em trabalhos por causa de ter piercings ou tatuagens?".

Os meus leitores já me conhecem. Eu recolho estes casos. Therefore, fui logo falar com a minha prima. E ela contou-me o que aconteceu. Segue abaixo, nas palavras da própria (nomes e etc obscurecidos):

 

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Após esta conversa, perguntei à minha prima se o sítio onde foi fazer a entrevista tinha algum tipo de código de vestuário ou se lhe iriam dar alguma farda. Ela respondeu que não. Isto faz-me alguma confusão. Normalmente (ou seja, em todos os casos que fui encontrando até agora), as normas "anti-tatuagem e piercing" figuram nalgum tipo de código de vestimenta. A minha prima tinha uma foto de currículo que mostrava os seus piercings. Eles estavam lá, para todos verem. E no fim acabou por ser chamada à toa e mandada embora porque o entrevistador "não reparou". O que me quer parecer aqui é que a empresa em questão nunca teve ninguém com tatuagens e/ou piercings a candidatar-se ao lugar e, quando finalmente alguém apareceu (a minha prima, no caso), não sabiam o que fazer com essa pessoa. Por isso, mandaram-na embora.

Ora, eu já disse isto umas "trocentas" vezes aqui e ali neste blog, mas vou repetir: enquanto as empresas se cingirem ao "não somos nós, são os nossos clientes", não vamos a lado nenhum. Até pode ser verdade o que dizem, mas se não partir das próprias empresas ir "apresentando" um trabalhador "diferente" aqui e ali, a mentalidade dos clientes não muda nunca. 

Sinceramente, fiquei triste quando ouvi esta história. Não é que não soubesse que estas coisas ainda acontecem.  Mas tal como diz a minha prima, não são tatuagens nem piercings que lhe vão impedir de executar tarefas do dia-a-dia. Tatuagens, piercings, cabelos coloridos, roupa diferente, penteados diferentes, adornos diferentes, nada disso torna uma pessoa burra ou incapaz de desempenhar as suas tarefas. 

A beleza está na diversidade. Vivemos num país que (ainda) permite que uma pessoa se apresente como mais lhe agrada em termos estéticos. Tentar "quebrar" essa diversidade em nome de uma suposta normalidade (que apenas é normal para alguns) é um tremendo desfavor a todos nós.

Pensem nisso.

 

Bat Kisses

Oriana Bats

Loja Imaginarium - Irina Salomé

 

Howdy little creatures!

 

Hoje trago-vos um "Aconteceu Comigo"! Este caso não é meu, mas sim de uma grande amiga minha, a Irina. Recentemente ela foi a uma entrevista de trabalho para a loja "Imaginarium", e foi isto que aconteceu:

 

"Ora bem, hoje numa entrevista de trabalho disseram-me que para trabalhar na loja Imaginarium teria que tirar o piercing no nariz, usar camisola comprida (aproxima se o verão) para esconder uma tatuagem que tenho no braço, teria que tirar o risco preto nos olhos e pintar as unhas de outra cor."

 

 

Mais tarde, ela acrescenta: 

 

"Segundo a senhora que me entrevistou, eram normas da loja e não dela. A mesma disse-me que não tinha nada contra pessoas com piercings, tatuagens, idem. E acrescentou que não era por causa das crianças mas sim dos clientes, que os podia afastar ou ter uma má impressão. Eu fui com um piercing de argola no nariz e até perguntei se podia colocar antes um brilhantezinho discreto e ela disse que não, teria que retirar e pronto. Não acho que seja da loja nunca vi uma loja ter como norma "não fazer um risco preto nos olhos" ou "verniz tem que colocar outra cor" . "

 

 

 

A loja "Imaginarium" é uma loja dirigida ao público infantil. E nós sabemos que as crianças nascem sem qualquer preconceito. Elas aprendem com os pais. Por isso (a título de exemplo), se os pais forem racistas, mais facilmente os filhos o serão. Daí que estas alterações, não se devem ao facto de ela poder assustar as criancinhas.(aliás, isso foi mencionado pela própria entrevistadora). Afinal, não são elas que mandam, e decidem ou não se fazem compras nessa loja. Esse é o papel dos pais. 

 

logo_img.jpg

Logótipo da loja Imaginarium 

 

Apesar de não ser o caso aqui, é uma falácia muito comum, isto de dizer que não se contratam alternativos para estas lojas com medo de assustar as crianças. A verdade é que essas pessoas não são contratadas por medo de espantar a verdadeira freguesia, os "adultos" (uso este termo de forma leve, porque adultos em idade não significa adultos em mentalidade). Se os pais não gostarem de algo num estabelecimento, dificilmente voltarão ao local. E um empregado com tatuagens, piercings, cabelo colorido, roupa preta, etc, pode levar a que isso aconteça, pelos mais variados motivos (é um mau exemplo para o filho, não é esteticamente apelativo, é assustador, etc). E aqui vemos o receio de isso acontecer.

 

"Então", perguntam vocês após lerem tudo isto, "porque é que essa desculpa ainda é usada, seja por parte dos empregadores, como dos clientes?". Na minha opinião, é uma questão de facilitismo e de vergonha. É mais fácil dizer que é por medo de influenciar negativamente (ou assustar) as crianças, do que admitir que o medo reside nos adultos que, supostamente, deveriam ser melhores do que isso. O problema é que o medo da diferença vem do "tempo da outra senhora", ainda os Seres Humanos viviam nas cavernas e o seu vocabulário erudito era composto por "uga buga". E a realidade é que gostamos de pensar que já ultrapassámos esse problema, por uma questão de evolução e civismo quando, na verdade, não é bem assim.

 

Os supracitados itens ainda causam medo e desconfiança em muita gente que, ignorando a personalidade de quem os usa, prefere manter-se na sua zona de conforto ao invés de enfrentar os seus preconceitos e viver a experiência de conhecer a pessoa em causa. No caso de a pessoa ser o seu próprio filho ou filha, as coisas pioram (isto porque, para muitos pais, é como se eles perdessem por completo a sua antiga personalidade). E não nos podemos esquecer de algumas pequenas incoerências da nossa sociedade, sobre as quais já falei. Tudo isto contribui para a maneira como os alternativos são tratados.

 

Numa loja que é suposto deixar as crianças imaginar, não seria bom permitir que elas experimentassem a existência de diferentes pessoas? Experienciar coisas diferentes desde cedo permite que as crianças cresçam mais desenvolvidas e habituadas ao mundo que as rodeia. Também permitirá que as crianças se sintam menos inseguras, pois verão que toda a gente é diferente à sua maneira e que isso é óptimo. 

 

É algo que deve ser pensado.

 
 
Bat Kisses
 
Oriana Bats
 
 
 

O monstro e o Carnaval - Oriana Bats

 

Howdy little creatures!

 

Vamos a mais um "aconteceu comigo". Relembrando que este blog recolhe casos de preconceito e discriminação contra pessoas que têm diferentes estilos. Se quiseres contar o teu caso, entra em contacto com a autora através dos comentários do blog ou mensagem privada na página de Facebook do Bats on the East Tower. Vamos então ao caso, ou mais especificamente casos, pois vou incluir aqui os vários casos que ocorreram durante o meu estágio. No entanto vou dividi-los, para facilitar a leitura. Irei contá-los de forma bastante sucinta pois não são casos recentes e não me lembro de todos os pequenos detalhes. Vamos lá!

 

O monstro pelo caminho:

 

Este caso ocorreu ainda antes de iniciar o estágio. Dirigia-me a pé para o local escolhido para estagiar (uma escola da minha zona).

A dada altura é necessário passar por um caminho de terra batida, que vai desembocar numa estrada com um parque de estacionamento, uma paragem e a escola em si. Na paragem estavam dois jovens, penso que mais velhos do que a população estudantil daquela escola

De qualquer forma não lhes olhei para a cara e foi o melhor que fiz, pois cedo começaram os insultos e "comentários":


"-Olha-me aquela aberração!";
"-Que monstro é aquele?"...

Etc, etc, etc. Não posso precisar todas as palavras, mas "monstro" e "aberração" foram usadas mais do que uma vez, daí me lembrar delas. Continuei a andar, mas acabei por falar sobre o assunto à minha futura coordenadora de estágio. Confirmou-se que aqueles jovens não eram alunos da escola, e nada pôde ser feito.

 

Carnaval:

 

Este caso é um caso de longa duração. Isto porque ocorreu ao longo do estágio. Passo a explicar, mas antes de mais quero dizer que nunca vi a cara do rapaz (era voz de rapaz) que dizia estas coisas, porque normalmente era alguém que estava atrás de mim e quando me virava era impossível dizer quem era. Adiante.

 

Um dia, um rapaz achou muito engraçado começar a gritar "o Carnaval já acabou!" de cada vez que me via. Chegou a ir por duas vezes à biblioteca escolar (o local onde eu passava a maior parte do tempo) e gritar essa mesma frase lá para dentro. Numa dessas vezes foi repreendido, mas tal não chegou, já que até ao fim do estágio tive esse problema.

O meu receio era que isso ocorresse quando a minha orientadora de estágio (não a que estava na própria escola, mas sim uma das minhas docentes de curso) fosse ao local, pois poderia causar-me algum problema. Daí que falei com duas vizinhas minhas, alunas da escola (e que passavam algum tempo na biblioteca) para ver se elas me podiam dizer quem era o rapaz que fazia isso. No entanto nunca cheguei a saber quem era o rapaz. 

 

 

Bem meus amores, por hoje é só!

 

Bat Kisses

 

Oriana Bats

Halloween Countdown

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Comunicado

Este blog recolhe casos de preconceito e discriminação contra pessoas que têm diferentes estilos. Se quiseres contar o teu caso, entra em contacto com a autora através dos comentários do blog. Obrigada e Bat Kisses.
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